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19 de Abril de 2024

A democracia anacrônica do Brasil

Publicado por Francisco Christovão
há 7 anos

No Brasil, como em todos os outros países, o sujeito nasce e já compactua com o seu Estado, assinando com este o “contrato social”, se submetendo a sua legislação, tornando-se nacionais. No caso do Brasil, por via de regra, o sujeito que aqui é concebido é representado por sua família até os 16 anos, após, até completar 18 anos é assistido, nesse momento a incumbência familiar em detrimento deste sujeito cessa, assim, responsabilizando-se por seus atos, podendo participar ativamente da vida em sociedade, exercendo sua cidadania, podendo votar e ser eleito, conforme sua respectiva idade. Mas, até o sujeito completar o que é chamado de “maior idade”, atingir os 18 anos, para exercer com plenitude a cidadania, este passa por um caminho de preparação/educação, para que tenha a mínima noção da vida em sociedade, entretanto esta afirmativa é falaciosa.

A educação básica no Brasileira tem como objetivo (conforme transcrição do site Organização dos Estados Ibero-Americanos (http://www.oei.es/quipu/brasil/estructura.pdf)): “desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Esperando oferecer está concepção básica de cidadania, a educação do Brasileiro já se inicia obrigatoriamente aos 4 (quatro) anos de idade, e chega próximo da idade adulta, sendo dividido em 3 (três) fases distintas: 1) educação infantil; 2) educação fundamental; e, 3) ensino médio.

Destas 3 (três), atualmente somente a matricula no ensino médio não é obrigatória (lei 9.394/96). Conquanto já é sedimentado por todos os brasileiros que a qualidade da educação brasileira deixa muito a desejar, sendo fantasiosa a informação que ao final, formamos cidadãos conscientes, em verdade, hoje formamos vítimas sociais, não porquê o são, mas porque aprenderam a ser, temos hoje em dia um Estado (executivo e Legislativo), preocupados em criar direitos, formando uma legião de fracos e pessimistas, que ao final, encontram-se carentes de um caráter firme, o produto disto tudo, é a democracia deficiente que este país tem, republica formada de egoístas, mais preocupadas e temerosos em preservar direitos que lançam o pais na inflação exacerbada, tolhem empregos, segregam a população em cor, raça, classe social e crenças, fazendo todos estes se esquecerem de que acima de tudo, são Brasileiros, e que o bem da nação, do coletivo, é o seu próprio bem.

Além do mais, hoje em dia, independente da classe social que se encontra no Brasil, existem um descaso total do brasileiro com a política, com a coisa pública, as pessoas não sabem o que é legislativo, tão pouco o executivo, só enxergam no meio disto a política, e reiteram sempre falando: “corja de corruptos e ladrões”, sem dúvida que serão, já que tampouco os gestores do executivo, e nossos legisladores, em sua maioria, não sabem o que fazem em detrimento do Estado.

O que esperar disto tudo? O que esperar de um povo que pede/suplica igualdade de gênero, grita: “Não somos objetos!”, mas que ao mesmo tempo acha lindo palavras que refutam seu gênero em batidas, dita por eles frenéticas, mas que ao fim, somente colorem uma realidade triste que um país vive, o que esperar, de uma juventude que “fica triste, alegre; sem beber eu fico triste; bebendo eu fico alegre”, ou então que canta “É dia 10 e o que é que aconteceu?; Papai recebeu, papai recebeu;Eu tô patrão, hoje eu tô pagando tudo; Avisa que o ‘after’ vai ser no apartamento super luxo”, o que esperar da Juventude da “metralhadora”, ou das “inimigas recalcadas”, o nome disto é cultura, a criação do homem, que retrata uma sociedade que atingiu o fracasso social, que pula carnaval, enquanto senhoras idosas, trabalhadores, cidadãos estão perecendo nas nossas auschwitz (hospitais públicos), dos institutos de ensino (colégios públicos), onde quem é punido por mal comportamento é o professor, que as vezes apanha, por não atribuir a nota correta para sua vitima social, estes, os professores, jardineiros dos campos brasileiros, que ensinam para as crianças que “João Goulart foi um presidente democrático, e que Prestes foi um visionário”, hoje em dia além de apanhar dos seus “educados”, recebem um tratamento desleal do estado, que se diz “Pátria Educadora”, mas que legalizam cotas, que atestam a incapacidade do Estado em detrimento do ensino público, e que criam um “Apartheid” entre os cidadãos, um verdadeiro Marxismo, segregando a população em classes, vítimas do capitalismo burguês, que são os afrodescendentes, homossexuais, índios, assentados sem-terra, tutsis e hutus, todos vítimas, nenhuma destas pessoas tem sua liberdade de escolha, são impedidos de viver, estas afirmativas falaciosas, foram aceitas de praxe, resultado disto, se portam como vítimas, esperando do Estado a resposta para seus problemas, se apoiando no grande leviatã, criado para o povo, feito para povo, mas que no final, deturpam a População. E isso tudo, o Estado faz bem.

O Brasil, desde seus primórdios, foi sedimentado na base de uma guerra, entre Brasileiro e Estado, este criado para servir ao cidadão, acabou por ser servido por aquele, esta servidão consome a cada ano, 5 (cinco) meses de trabalho de cada brasileiro, tudo isto para pagar tributos, que são utilizados para manutenção do Estado, que por sua vez, investem milhões em portos fora do país, constroem hidrelétricas em nossos vizinhos de fronteira, em contra partida, mais uma vez, o povo perece, é segregado em classes, dessa maneira, ele esquece que o verdadeiro problema se encontra no Estado.

Vivemos em um país onde a desigualdade social é atribuída para a iniciativa privada, mas parece que os nossos gestores se esquecem de que somente a iniciativa privada gera renda e recursos para o Estado, no pagamento da tributação supra, sem contar, que efetivamente criam empregos e alimentam a população, mas parece que a estratégia do país é outra, tudo aponta que o objetivo é fomentar a pobreza, talvez o Slogan do Governo Federal tenha que ser mudado: “Brasil, um país de pobres”, isto comprova que tanto o Supremo Tribunal Federal e o Poder Executivo estão juntos no mesmo objetivo, que é rasgar a constituição democrática de 1988, que não passa de uma utopia para o Brasil imaturo em que foi aplicada.

Mas, para uma sociedade que troca os livros pela televisão, parece que nada está fora do controle, onde o futebol compete junto com as notícias importantes do país no horário do almoço, onde os heróis da pátria fazem gols, onde o sonho de toda criança e usar a camisa 9 (nove), em que é mais vexatório perder da Alemanha de 7x1, do que sentir vergonha por ser roubado a luz do dia, na batida do Jazz, por um governo tão medíocre e hipócrita.

Existe um ditado popular que dispõe: “Cabeça vazia, oficina do Diabo”, bem, em um país onde a maior parte da população não entende seu papel na democracia, o rumo que o Brasil tomou não surpreende, tampouco a incidência de crimes.

A carência da população pela falta de discernimento mínimo de política e economia acaba por lançar o sujeito ao crime, o crime de ser ignorante, de viver a margem do conhecimento, sendo sim, vítima da má gestão do Estado, e não de outros Brasileiros.

Quando ocorrem os fatos atípicos, antijurídicos e culpáveis (crime), muito se pode atribuir realmente a falta da educação, mas a educação não é técnica e tampouco filosófica e social, mas sim da qualidade em que ela é oferecida, hoje, no Brasil, as pessoas são lançadas do ensino básico sem saber fazer cálculos simples de matemática, tampouco ler eficientemente ou escrever, tudo para gerar a estatística de aprovados do Governo Federal.

Por fim, a grande falha do Brasil, foi que desde o período do império os nossos legisladores e chefes de Estado esqueceram que vivíamos em um país tropical, escravocrata e ruralista, e não em um país Europeu, essa amnésia legislativa e acadêmica, ainda hoje nos assombra, motivo pelo qual nos espelhamos em ideais inspirados em situações distintas das que ocorrem no Brasil, e aplicamos em território nacional, utilizando-nos como cobaias.

O brasileiro atual se esqueceu da sua própria história, da sua identidade, esqueceu que em território nacional não existem inimigos, existem amigos, que somos todos um só peito, um só coração, que somos uma nação de bravos, de irmãos, independente de classe, cor, raça, credo e ideologia.

Pelo até aqui analisado, vale se lembrar do dialogo as vésperas da proclamação da República do Chefe do Ministério do Império Brasileiro, o Ministro Afonso Celso de Assis Figueiredo, visconde de Ouro Preto, e o Tenente coronel Floriano Peixoto, no momento em que as tropas Republicanas do Marechal Deodoro, cercavam o quartel general do exército em Campo Santana/RJ, quando Ouro Preto vislumbrando o cerco de Deodoro Contesta: “Por que deixaram então que tomassem tais posições? – No Paraguai, os nossos soldados apoderavam-se de artilharia em bem piores condições”.

Floriano, que voltava da parte baixa do quartel, encerrou o diálogo com uma frase curta e reveladora de sua posição:

“Sim, mas lá tínhamos pela frente inimigos, e aqui somos todos brasileiros”.

Assim como o hino da independência nos lembra: “Não temais ímpias falanges, Que apresentam face hostil; Vossos peitos, vossos braços São muralhas do Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá... Temor servil: Ou ficar a pátria livre Ou morrer pelo Brasil.”.

Conforme a canção do expedicionário:

“As asas do meu ideal, a gloria do meu Brasil”.

A democracia anacrnica do Brasil

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